Meu coração está a frangalhos.....

Madrugada e não consigo dormir, penso no dia de hoje e vejo o quanto minhas olheiras falam por mim, como disse a Elisa Lucinda, "meu coração está em frangalhos" e eu já não posso mais.
O inacreditável torna-se real e no meu pais, mais um ladrão acaba por ser condecorado, com direito a fotos, entrevistas, com o direito de falar ou não, se assim desejar, com o direito de sorrir, de chorar, com o direito de realizar uma festa em sua casa, talvez para no ápice "começo, meio e fim" brindar: Conseguimos pela impunidade mais uma vez?
E ai fico aqui lembrando do Cazuza com "a burguesia fede" e tenho a certeza que era essa a burguesia a quem o poeta se refiria, essa burguesia composta de políticos podres, em seus alinhados ternos, caríssimas gravatas e recheadas maletas, e eu, continuo aqui, preocupado mais do que nunca com o futuro das minhas filhas e diante de tudo que li na Veja dessa semana, diante de tudo que assistimos no Jornal Nacional, resolvo definitivamente deixar de vestir aquelas camisetas verdes e amarelas que tanto representaram meu país, doarei todas elas ou as transformarei em trapos para que se tente no mínimo limpar o chão. Decido aqui que a partir de hoje serei o grande encentivador para que minhas filhas sonhem com um futuro longe desse país, que vislumbrem viver dias de ética e honestidade em um país que já não pode ser o Brasil, sinto-me culpado por ter que mantê-las nessa podridão chamado Brasil, por oportunizar a elas dividir seus conhecimentos com uma raça contaminada de políticos ladrões, sinto em ter que fazê-las economizar para que essa raça podre venha e tome tudo o que é nosso, sinto ter que calar para não ser preso amanhã. Gente e honesta não combinam com esse país, minhas filhas ão de serem felizes em outros ares, viverem sem a preocupação dos altíssimos juros que temos a pagar, viver sem a humilhação de sermos condenados a pobreza que é esse Brasil, essa farsa, essa mentira, esses congressos entupidos de gente torpe, de assassinos, maus carater, gente sem princípios. Nossa nem o banho conseguiu me livrar do nojo que estou sentindo. Nem o desodorante consegue eliminar o mal cheiro que paira no ar e nem os cientistas conseguem explicar tanta indignação.
Já nem sei quem sou, talvez se eu acordasse Italiano como a Marisa e seus quatro filhos, ou Espanhol como o Ronaldinho que de vez enquando joga na seleção brasileira, talvez assim eu conseguisse colocar a cabeça no travesseiro e dormir, como se nada disso tivesse ocorrido e ao acordar sei que vou me deparar com jornais que em letras garrafais anunciarão: Salvamos mais um bandido! Inocentamos a burguesia! Que venham as malas, as sacolas de dinheiro sujo! Que venha os politicos com seus atos torpes e continuem enganando a todos. Pobres brasileiros, sinto nojo desse país! Que pena, Brasil já não te amo mais e daqui pra frente, tudo vai ser diferente, o baile de mascaras chegou ao fim, todos voltam aos dias de glória, poder e glória e a nós resta o lamento, que faço nesse desabafo, não feliz, mas consciente de que estou fazendo a minha parte.

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